"Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos" é o mais novo disco de Otto. Está é uma das poucas vezes que falo de um disco sem incluí-lo em meu Top 100. É que para considerar um disco digno de estar entre os melhores eu levo em conta também a importância dele na obra do artista. Assim, mesmo o disco sendo excelente, é cedo para dizer que este é o disco de Otto.
Mas por que considero o disco tão bom? Porque é brega. Assumidamente brega. Otto fez o disco ainda na ressaca de sua separação da atriz Alessandra Negrini e não esconde a influência disto na obra.
Falar de amor e separação não é novidade musical, nem é o que define algo como brega, pelo menos no sentido de gênero musical. Hoje até o "rebelde" rock´n roll flerta com a dor de cotovelo, especialmente em sua vertente Emo. A desilusão amorosa permeia o samba, o sertanejo, o calipso e quase todo gênero musical. Mas esqueça tudo isso quando quiser ouvir o novo disco de Otto.
O que o pernambucano de Recife fez com louvor foi um disco brega de verdade. Desses que dão vontade de beber e chorar. Desses que remetem a um botequinho de interior com cheiro de cachaça. Para não deixar dúvidas, Otto gravou "Naquela Mesa" de Sérgio Bittencourt, um bolero de alta qualidade. O disco é a prova de que música boa independe de gênero ou rótulos. Não é uma sátira ou brincadeira despretensiosa. Não. É um disco muito bom, com boas composições e arranjos. Mas é bem verdade que quem não gostar do disco certamente não tem coração...
Acho que esse seu texto vai ser o primeiro que vou transcrever no meu blog. Gostei da análise.
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