Começam a sair dados de novas pesquisas. Encomendadas por partidos, elas, por enquanto, referem-se ao cenário em alguns estados. O Ibope aponta que em Minas Gerais Dilma já tem 42% contra 34% de Serra. O Sensus aponta 35,9% a 34,9% a favor da petista (6,9% para Marina). Nas contas do tucano seria preciso uma grande vitória em Minas para derrotar Dilma.
No Rio de Janeiro o Ibope aponta 46% para Dilma e 21% para Serra. Desta forma, a tese da vitória de Serra no Sul-sudeste para se opor a força de Lula no Norte-nordeste se esvazia.
Dizem que sentar na cadeira de governante antes da eleição dá azar. Uma alusão uma foto tirada por FHC na cadeira de prefeito de São Paulo na véspera da eleição de 1985. Jânio Quadros venceu aquela eleição e a foto de FHC, tirada para ilustrar sua esperada vitória, estampou as páginas dos jornais no dia seguinte à sua derrota, entrando para o folclore político. Entretanto, "assumir" a presidência antecipadamente não é mau negócio para Dilma.
À medida que Dilma vai consolidando seu favoritismo, sua capacidade de angariar apoios vai aumentando. O PMDB pendia para Serra no Rio Grande do Sul e no Paraná e Santa Catarina. Mesmo na Bahia chegou a flertar com o DEM e o PSDB. Ocorre que se opor agora a candidata começa a soar como se opor à presidente, ou seja, ficar de fora da divisão do bolo de cargos e verbas do governo nos próximos 4 anos. Uma ameaça mortal para os tão fisiológicos PMDBistas que hoje já pendem fortemente para a PTista.
O problema na composição da chapa de Serra é emblemático. Ninguém quer deixar de se eleger para qualquer cargo legislativo para ser derrotado na inexpressiva candidatura a vice. Com isso a campanha serrista vai se mostrando mais fraca e perdendo apoio, num ciclo amargo para o ex-governador de São Paulo. Certamente a saída para o impasse tucano será a escolha de alguém sem pretensões políticas, como algum empresário, ou um político com poucas chances na disputa ao senado ou câmara federal e que não deseje retroceder à candidatura de deputado estadual. O DEM baiano tem alguns nomes assim. Assim seguirá Serra, pagando o preço de ter assumido o papel de se opor ao fenômeno de popularidade Lula da Silva.
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