domingo, 1 de agosto de 2010

Pesquisas - Julho

Na eleição americana que levou Obama à Casa Branca as pesquisas eleitorais se destacaram pela imprecisão. Houve distorção para todo lado. A história recente das pesquisas no Brasil atesta que a metodologia dos institutos permite uma aferição com alto grau de confiabilidade. Só a título de exemplo, é possível verificar que as pesquisas de boca-de-urna dificilmente divergem muito do resultado das urnas. 
O que comprometeu a credibilidade das pesquisas no Brasil foi a suspeita de uso político. Muitos institutos, dentre eles o Ibope, erraram nos últimos anos quase sempre contra candidatos de esquerda. O Ibope é ligado a rede Globo e muitos donos de afiliadas desta são filiados ao DEM ou PMDB. Atualmente o Datafolha tem sido questionado por divergir dos demais institutos e por sua ligação com a Folha de São Paulo. O jornal é acusado de ter uma cobertura parcial da campanha. A suspeita é, no mínimo, natural. Especialistas, entretanto, afirmam que o índice de acerto no Brasil é muito bom. Muito melhor que o índice americano.
Nos EUA uma prática de cobertura jornalística pouco científica se revelou eficaz. Muitos veículos passaram a divulgar a média das principais pesquisas de opinião. Tanto em relação às prévias quanto à eleição presidencial, a média das pesquisas se aproximou muito do resultado das urnas. Aplicando a mesma lógica às pesquisas brasileiras temos a seguinte evolução nas intenções de voto:


O gráfico acima é praticamente ajustável à margem de erro de todos os institutos. Há maior discrepância é com o Datafolha, segundo o qual Dilma ainda não pontuou acima de Serra. 
O Vox Populi apresenta um panorama mais coerente com a média destacada. Segundo este instituto, Dilma passou Serra e vem aumentando a vantagem de forma mais lenta do que se aproximara do tucano.
De um modo geral, o Ibope vem confirmando o Vox Populi na trajetória dos principais candidatos. Este foi o instituto que divulgou a pesquisa mais recente, apresentando Dilma com 39%, Serra com 34% e Marina com 7%.      
Estas informações revelam o seguinte:
1. Marina está há muito estagnada. Com pouco tempo de TV e pouca estrutura vai ter dificuldade em criar embaraços aos outros principais candidatos.
2. Dilma passou Serra em meados de maio e segue à frente. O empate técnico só se sustenta apenas no Datafolha.
3. Se a tendência de afastamento de Dilma e Serra se mantiver, há grandes chances de a eleição ser definida no primeiro turno. Considerando a popularidade de Lula, as notícias sobre as dificuldades na campanha de Serra e o maior tempo de TV da petista, este não é um mal palpite.

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