Pressionado a assumir a vaga de vice na chapa de Serra, Aécio chegou a dizer: "Empurrado eu não vou". Soaria mais decidido se tivesse dito que não vai nem empurrado, mas o astuto mineiro não cometeria tal gafe.
A fé dos próprios aliados do ex-governador paulista em sua candidatura pode ser medida pela sua dificuldade em encontrar um vice. Além de Aécio, já teriam recusado a honraria Tasso Jereissati, Agripino Maia, Paulo Souto. Publicamente Itamar Franco também declinou da missão. Alguns não querem trocar uma disputa fácil a outros cargos. Outros simplesmente não querem ocupar a cadeira da vice-presidência e, principalmente, não querem disputá-la e perder.
A condição de Aécio é oposta. O neto de Tancredo mira o cargo mais alto do Executivo. Se for candidato a vice e ajudar na vitória, terá o próprio Serra como grande obstáculo à sua pretensão. Se figurar numa chapa derrotada terá se tornado mais conhecido nacionalmente e terá o PSDB compelido a trabalhar por seu nome.
Por outro lado, de que adiantará a Aécio ser mais um senador de oposição? A ele só seria interessante a cadeira de presidente do Senado, mas é difícil consegui-la sendo oposição. Talvez por isso o mineiro ainda possa reverter a decisão de não figurar na chapa nacional, embora continue claro que empurrado ele não vai.
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