A análise de pesquisas eleitorais tem se tornado ainda mais subjetiva ante a perda de credibilidade de boa parte dos institutos. Lembro que recentemente o diretor do Ibope afirmou que Dilma não teria chances, numa entrevista que transpareceu sua predileção por Serra. Já o grupo Folha vem adotando uma linha editorial no mínimo rigorosa na avaliação do governo Lula. Assim, os analistas apontam as incoerências para desqualificar números que não concordam, mas preservam de críticas os números favoráveis à sua interpretação do momento eleitoral. Feita a ressalva, sigo na trilha do caminho defeituoso que acabo de apontar.
A última pesquisa Datafolha expõe suas inconsistências. Aponta crescimento de Serra e queda de Dilma entre fevereiro e março. Uma inversão da tendência dos últimos meses difícil de compreender. Não há fato político de impacto a que se possa atribuir tal fenômeno. Mais intrigante ainda são os dados referentes ao Rio Grande do Sul. Lá Serra teria aumentado em 14% sua dianteira sobre Dilma apenas em um mês. Também lá não há causa aparente para tanto. Por outro lado, a mesma pesquisa aponta crescimento da avaliação positiva do governo, além do crescimento de Dilma e estagnação de Serra na pesquisa espontânea (quando o eleitor diz em quem vai votar sem ver uma lista prévia).
Apesar das críticas aos números da pesquisa, destaco mais uma vez os números da espontânea: Lula 8%, Dilma 12%, "candidato do Lula" 3%, "candidato do PT" 1%, Serra 8%, Ciro 1%, Marina 1%. Somando-se as quatro primeiras indicações, temos 24% pró governo contra 8% de Serra.
Vislumbro no horizonte uma nova "onda Lula" com consequências desastrosas para a oposição formada por PSDB, DEM e PPS. Trato disto mais tarde.
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