sexta-feira, 23 de abril de 2010

Crônica do personagem Ciro 1

Ciro vinha tendo um discurso forte, criticando a postura ética do PT e PSDB em suas alianças. Registrei que era fácil tecer esse tipo de crítica quando não se têm aliados. O fim da quase candidatura do cearense foi melancólico. A entrevista ao IG foi desastrosa, quase infantil. Inadmissível a um político experiente que almeja ser presidente. Ele já havia criticado também o PMDB e seu próprio PSB. Agora criticou Lula e resvalou em Dilma. A essa altura suas críticas o fazem parecer destemperado, ambicioso e despreparado.
Curioso com o desfecho que Ciro deu à sua pretensão, resolvi escrever sobre sua trajetória em dois ou três post´s. Começo aqui a tentativa de entender e explicar o resultado obtido pelo ex-presidenciável.

Da ARENA ao Tucanato: Ciro ingressou na política em 19982, ano que foi eleito pelo PDS. O PDS sucedeu o ARENA, partido de apoio ao regime militar. Como deputado migrou para o PMDB e posteriormente para o PSDB, onde foi eleito prefeito de Fortaleza em 1988.
Em 1989 apoiou Mário Covas (PSDB) e, seguindo este, Lula no segundo turno contra Collor. Em 1991 sucedeu Tasso Jereissati (eleito pelo PMDB, saiu já no PSDB) no governo do Ceará. Ciro foi o primeiro governador eleito pelo partido tucano no país. No fim de 1994 deixou o governo para ser Ministro da Fazenda (ainda não havia reeleição).
A indicação de Ciro para o ministério revela o prestígio que ele tinha no partido. Aquele era o ministério do Plano Real. Após a saída de FHC a pasta da Fazenda foi assumida por Rubens Ricupero. Este último deixou o cargo após o escândalo da famosa entrevista dada a Carlos Monforte da Globo. Sem saber que estava no ar nos canais de parabólica, Ricupero admitiu falhas no plano. Disse ainda a célebre frase: "Eu não tenho escrúpulos, o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde".

Dois anos mais tarde chegaria ao fim o casamento com o partido de FHC e Serra, justamente devido às ambições presidenciais de Ciro.

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