
Essa é a nova face do desenvolvimento nordestino. Indicadores macroeconômicos mostram nos últimos anos que a região tornou-se um dos mais dinâmicos pólos de investimentos e de consumo do País, movido principalmente pelo aumento da renda. Segundo o IBGE, o rendimento médio do nordestino aumentou 77% entre 2003 e 2008, enquanto o aumento médio da renda no Brasil foi de 60% no período. As pesquisas e seus números, no entanto, não captam que as transformações locais vão muito além do clichê divulgado no Sudeste que fala do aumento nas vendas de potes de margarina e de iogurte e da ridícula caricatura da troca do jegue pela moto como veículo de transporte. - Leia mais em:
Existiram obras do Gasene - Gasoduto de Integração Sudeste-Nordeste - na cidade de Camacan, terra de minha infância e ainda referência para mim. Durante os cerca de oito meses das obras, a economia do município ganhou fôlego extra. Foram centenas de operários trabalhando na implantação do trecho do gasoduto. De pousadas a padarias, todo o comércio foi beneficiado. A obra acabou e deixou pouco além dos canos enterrados. Ainda assim, há muito não existia semelhante alento, ainda que temporário, para o município.
Transformações mais profundas ocorrem na vida da pequena cidade baiana. Aumentou na última década o poder de compra de assalariados e aposentados. Ingressou no comércio local também a renda do Bolsa-Família. Aliados ao aumento do crédito, esses fatores trazem mudanças ainda pouco compreendidas. A estrutura social construída no binômio latinfundiário rico e trabalhador pobre ruiu, não só pela crise do cacau. Há uma mudança de forças no país. Mundança pautada no fortalecimento da renda da classe mais baixa, agora em posição melhor na constante disputa de espaço com os mais abastados. Não faço pregação ideológica, apenas observo e registro.
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