
Um pequeno agricultor procurou o fazendeiro vizinho:
-Punhempo, cumpadre! ("punhempo" era pra ser "por exemplo") Tou velho...Não aguento a lida na roça... Os menino tão criado, mas num querem nada com cacau. O cumpadre, punhempo, é rico, tem gado, tem muito cacau, muito homem pra trabalhar... Quer minha roça, não?
- Como assim, e seus filhos? Responde o grande pecuarista e cacauicultor.
-Aí você dá pra eles, mas punhempo, só quando eu morrer.
-E você? Vai viver de que?
-Você deixa eu morando aqui. Aí vai me dando umas coisas. Punhempo, uma veiz da um feijão, otra veiz uma carne. A colheita do cacau fica pra tu.
O fazendeiro rico dizia que o vizinho foi o sujeito mais inteligente que conheceu. Que a partir daquele dia deu ao velho um tratamento que ele nunca tivera. Era uma fortuna em remédio, em comida da melhor e mais saudável. Sempre mandava um médico visitar o homem. Achava até que o cidadão viveu mais uns dez anos por conta disso.
Ria muito ao dizer que a produção da pequena fazenda não deve nem ter pago o quanto ele gastou pra o velho não morrer.
Leio sobre os que defendem a privatização da Vale. Que a ela se modernizou e que o governo hoje ganha mais em impostos do que a empresa lhe dava de lucro. Aí vejo o Eike bilionário e penso: se a fazenda desse tão pouco assim, o vizinho rico teria passado a encrenca para os filhos do velho.
Sem querer avaliar como a fortuna de Eike Batista se formou, mas é complexo quando se parte da premissa que o mesmo começou do "nada" com um "pequeno" empréstimo de dois joalheiros e partiu para a "selva" para compra e venda de metais preciosos. Longe de dizer que quem é rico é desonesto, mas que houve nele um oportunismo sem tamanho, isto houve.
ResponderExcluirAssisti ele afirmar muma entrevista que começou tomando um emprestimo de 500 mil pra comprar ouro na Amazônia. Como assim não tinha nada e conseguiu um empréstimo de meio milhão? Sei não...
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